Vacinas chegam à maioria dos quilombos em Alagoas

A Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), acusou prefeitos de desviar as vacinas que seriam destinadas para as comunidades. "Os prefeitos dizem ao governo federal que os quilombolas não se vacinaram porque não quiseram. Mas os prefeitos querem definir quem é quilombola e quem não é. Destinam as vacinas dos quilombos para outros grupos", denunciou a professora Givânia Maria da Silva, cofundadora da entidade. 

Em Alagoas o direito dos quilombolas à vacina foi garantido. As comunidades têm uma população de 2.767 pessoas que podem se vacinar e 2.155 já tomaram a 1ª dose. Outros 409 integrantes quilombolas tomaram a 2ª dose e 203 pessoas ainda aguardam a vacinação. O estado registra 10 quilombos: abobrinhas, Belo Horizonte, Caboclo, Chifre de Bode, Guarani, Jorge, Mameluco, Pixaim, Puxinanã e Ribeira.

A denúncia da Conaq foi feita em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, em que representantes de trabalhadoras domésticas e comunidades quilombolas lamentaram a falta de políticas públicas específicas para combater a Covid-19 na comunidade negra, em especial para as mulheres negras. As debatedoras avaliam que a ausência de dados oficiais prejudica melhorias no atendimento social e de saúde da população.

O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu os quilombolas como grupo prioritário na vacinação contra a Covid-19. No entanto, levantamento da Conaq divulgado no início do mês indicava que apenas 24% da população quilombola no país estava totalmente vacinada e 11% ainda não receberam a primeira dose.

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